Melodrama

terça-feira, 15 de dezembro de 2009 |

"Vocês jovens não sabem lutar pelas coisas. Pensam que a vida é tudo prazer. Pois não é. Tem que sofrer. E muito"
(Pepa em Mulheres à Beira de Um Ataque de Nervos - Pedro Almodóvar)

Suspiros poéticos e marias-moles

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009 |

Uma dose de poesia é o mínimo. Pelo menos uma porção de prosa. Ao menos pílulas de sonetos. Ou quem sabe uma injeção de contos. Por costume adoto a intolerância, mas mau gosto literário é imperdoável.

Leitura é fundamental. Nem que sejam as descrições enfatuadas de Alencar, com sua Iracema de hálito de baunilha. Melhor ainda se tiver o requebrado de muriçoca doida de Rita Baiana. É necessário diferenciar um soneto de uma sextilha. Um idílio de um epitalâmio. Conhecer a prosa modernista. As aliterações dos simbolistas. E a hipocrisia dos românticos.

Tem-se que olhar com os olhos de ressaca de Capitu. E quem sabe beber coca-cola com Macabéa. Ouvir as histórias de Macunaíma e ter o coração despedaçado pelo mal-do-século. Quem saber ter a saga de liberdade dos condoreiros? Ou a prisão métrica dos parnasianos? É preciso degustar. Mas não só as letras lusófonas.

Não se pode seguir sem ser apresentado ao sórdido pessimismo de Dostoievski. Sem o cinismo do querido Balzac. Que o digam as mulheres de 30 anos. Como me fazem sofrer os poemas de Shakespeare. E as desventuras do jovem Goethe.

Enlouqueço em pensar que morrerei sem ler os livros que devia ter lido. Sem solfejar poemas e redondilhas. Sem resfolegar rimas ricas. Sem angustiar-me com a solidão de Lya Luft. Prefiro o ocaso ao crepúsculo. E a peçonha de víboras ao veneno do escorpião. Cada minuto passado. Páginas que podiam ser lidas. Tempo perdido com besteiras. Leitura atrasada.

"Eu li, leio, lerei, sou uma mulher lida." (Irma Vap)

Silêncios

domingo, 6 de dezembro de 2009 |

É melhor calar ou dizer besteira?