A burguesia fede!

sábado, 21 de fevereiro de 2009 |

Não! Não sou socialista, budista ou otimista... Não acredito em Marx, nem acho que O Capital, escrito por ele mereça minha atenção. Mas há de se convir que a burguesia é triste!

Pus-me a pensar sobre o carnaval hoje, nada mais óbvio, por onde quer que se olhe só se fala em carnaval. É quase tão chato quanto o natal, sendo que este é mais insuportável por ser hipócrita.

Voltando... É absurdo ver como tudo tem de virar indústria atualmente. Os emergentes burgueses pensam que podem dominar o mundo por causa de seu poder de compra. Digo isso por um simples motivo: Os pobres não podem mais curtir o carnaval em boa parte do país.

Qual o trabalhador que ganha um salário mínimo que pode pagar 2.000 reais para sair em um bloco de Salvador? Deve haver alguns mais extravagantes, que juntam o ano inteiro ou que passam o ano pagando o cartão, mas esses são exceções. Fico indignado ao ver como a cultura do carnaval foi mudada.

O carnaval é uma festa de extremo caráter popular, que no Brasil se desenvolveu junto às classes mais pobres, que saiam as ruas das cidades coloniais fantasiados e jogando água-de-cheiro nos passantes. Hoje, na maioria das cidades é necessário ter muito dinheiro para sair em um bloco. Vemos assim como a burguesia em sua fome de aceitação, desencaixada por não ser da nobreza e não querer se parecer com a plebe cria uma cultura totalmente baseada no poder de consumo.

Por sorte há lugares em que o carnaval mantém o caráter popular, com os blocos tradicionais como o Galo da Madrugada. Aqui em Aracaju a prefeitura organizou um carnaval onde as domésticas, os garis e os feirantes podem participar. O Bloco do Rasgadinho em seu sexto ano saiu pelas ruas de alguns bairros da capital retomando esse caráter democrático do carnaval.

Enquanto a burguesia tenta prender a cultura popular dentro de cordas de blocos caros o povo acha um jeito de burlar, pelo menos dessa vez com o auxílio do governo.

1 comentários:

Anônimo disse...

Antes água-de-cheiro, hoje lança-perfume e afins. Essse carnaval a que estamos acostumados não tem nada de atraente para mim. Eu não sei se pagaria por um bloco. Prefiro esperar o estrelato e ser convidado para um camarote.